LIÇÃO 10
TEXTO ÁUREO
“Setenta semanas
estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir
a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a
justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos” (Dn
9.24).
VERDADE PRÁTICA
Deus revela os seus
mistérios a quem reconhece a sua soberania e submete-se a sua vontade em amor e
contrição.
HINOS SUGERIDOS
105,
483, 231.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 21.18-22
O ensino de Jesus sobre a fé
Terça - Pv 15.29; Sl 141.2
Deus está pronto a ouvir
Quarta - Pv 11.2; 29.23
Humildade e sabedoria
Quinta - Dt 9.18-29
Uma vida de oração
Sexta - Mt 13.1-23
Deus revelou os mistérios do Reino
Sábado - Dn 9.1-10
Daniel, um homem de oração
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Daniel 9.20-27.
20 - Estando eu ainda falando, e orando, e
confessando o meu pecado e o pecado do meu povo Israel, e lançando a minha
súplica perante a face do Senhor, meu Deus, pelo monte santo do meu Deus,
21 - estando eu, digo, ainda falando na oração,
o varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando
rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde.
22 - E me instruiu, e falou comigo, e disse:
Daniel, agora, saí para fazer-te entender o sentido.
23 - No princípio das tuas súplicas, saiu a
ordem, e eu vim, para to declarar, porque és mui amado; toma, pois, bem sentido
na palavra e entende a visão.
24 - Setenta semanas estão determinadas sobre o
teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim
aos pecados, e expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão
e a profecia, e ungir o Santo dos santos.
25 - Sabe e entende: desde a saída da ordem
para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete
semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão,
mas em tempos angustiosos.
26 - E, depois das sessenta e duas semanas,
será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir,
destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao
fim haverá guerra; estão determinadas assolações.
27 - E ele firmará um concerto com muitos por
uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de
manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à
consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.
INTERAÇÃO
Prezado
professor, na lição de hoje estudaremos as setenta semanas do livro de Daniel.
Este é um assunto que deve ser estudado com muita dedicação. Depois de estudar
com zelo as profecias do profeta Jeremias, Daniel compreendeu o futuro do seu
povo. A profecia de Daniel começou a se cumprir a partir do decreto da
restauração de Israel por ordem do rei Artaxerxes (Ne 2.1-8). Porém, a profecia
ainda não se cumpriu na íntegra, pois a septuagésima semana de Daniel foi
interrompida pelo Todo-Poderoso. A Igreja de Cristo não verá o cumprimento
total desta profecia, pois antes que a septuagésima semana se cumpra ela já
terá sido arrebatada.
OBJETIVOS
Após esta aula, o
aluno deverá estar apto a:
· Conhecer que
Daniel compreendeu o futuro de Israel após estudar as profecias de Jeremias.
· Compreender as
setenta semanas profetizadas no livro de Daniel.
· Saber os
propósitos da septuagésima semana.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Para introduzir o
segundo tópico da lição desta semana reproduza o esquema abaixo conforme as
suas possibilidades. Com o auxílio do esquema, explique que a profecia de
Daniel começou a se cumprir a partir do decreto da restauração de Israel por
ordem de Artaxerxes (Ne 2.1-8), em 444 a.C. Em seguida, diga aos alunos que
essa profecia não foi cumprida cabalmente, pois a septuagésima semana de Daniel
foi interrompida por Deus. Então deu-se o advento da Igreja. Afirme que a
Igreja deve primeiramente ser arrebatada, para em seguida, a profecia sobre a
septuagésima semana cumprir-se literal e plenamente.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Palavra Chave
Soberania: Qualidade ou condição de soberano;
superioridade derivada de autoridade, domínio, poder.
Diferentemente dos
capítulos anteriores, o nono capítulo de Daniel não descreve o futuro dos
impérios mundiais, mas o de Israel. Nesta lição, estudaremos a pesquisa de
Daniel quanto à profecia de Jeremias: as setenta semanas, um período de 490
anos para o povo judeu. Este período compreende o fim do tempo da escravidão e
do exílio dos israelitas em terras estranhas. A partir de uma circunstância
histórica, Deus revelou a Daniel uma verdade futura acerca do seu povo. Pelo
período de setenta anos, Israel veria a soberania de Deus intervindo em seu
futuro. E após uma visão estarrecedora dos capítulos 7 e 8, referente ao tempo
vindouro, em que “um rei feroz” prefigurava o futuro Anticristo, o profeta
enfraqueceu-se física e emocionalmente, restando-lhe tão somente orar e buscar
o socorro de Deus.
I. DANIEL INTERCEDE A DEUS PELO SEU POVO (Dn 9.3-19)
1.
O tempo da profecia de Jeremias (vv.1,2). Daniel,
agora um ancião, ainda exercia suas atividades políticas sob domínio de Dario.
O profeta esquadrinhou a mensagem do livro de Jeremias. E descobriu que a
profecia de Jeremias determinava um tempo de setenta anos de cativeiro para os
judeus. Logo este tempo marcado pelo sofrimento chegaria ao fim. Ao compreender
a mensagem, o profeta Daniel orou a Deus, pedindo-lhe o cumprimento da promessa
ao seu povo e que, por fim, Ele restaurasse o reino a Israel.
2.
A confissão dos pecados de um povo (vv.3-11,20). A oração de Daniel demonstrou uma atitude
confessional e de reconhecimento da culpa. Ele não apenas informou a
culpabilidade do seu povo, mas a sua própria também: “pecamos, e cometemos
iniquidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus
mandamentos e dos teus juízos” (v.5). A despeito da sua integridade, Daniel não
foi presunçoso diante da justiça de Deus, pois ele colocou-se debaixo da mesma
culpa do povo e suplicou o perdão a Deus.
3.
Daniel reconheceu a justiça de Deus (vv.7,16). A princípio, como um ser humano imerso no
sofrimento, Daniel não compreendeu a manifestação da justiça de Deus contra o
seu povo, mas ao mesmo tempo ele estava convicto acerca da perfeição da justiça
divina.
Não podemos,
entretanto, confundir o juízo de Deus com os acertos de contas humanos. A
justiça divina não é justiça humana.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
As
guerras e pelejas entre os crentes são frutos dos desejos egoístas e carnais
que carregamos em nosso interior.
II. DEUS REVELA O FUTURO DO SEU POVO (Dn 9.24-27)
1.
As setenta semanas (v.24). Daniel
confirmara que Jeremias profetizou os setenta anos do exílio de Israel (Jr
25.11-13; 2Cr 36.21). Por isso, na Bíblia, o número setenta ganhou um sentido
profético. Assim, cada dia da semana pode significar um ano; cada semana, um
período de sete anos. Então, as setenta semanas compreendem o período de 490
anos, setenta multiplicado por sete. Mas quando se deu o início do cumprimento
das setenta semanas? Para respondermos a esta pergunta, temos de explicar
primeiramente a expressão “setenta semanas”:
a)
Explicação. O versículo 24 afirma que Deus
determinou as setenta semanas. O bloco que forma os versículos 24-27 é
profeticamente dividido em três grupos: 1) sete semanas (49 anos); 2) sessenta
e duas semanas (434 anos); 3) uma semana (7 anos). Estes somam as setenta
semanas:
b)
O primeiro grupo (1). O início desta profecia deu-se
com o decreto da reconstrução de Jerusalém (v.25). Os principais estudiosos do
assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes Longímano, baixado em
445 a.C. (cf. Ne 2).
c)
O segundo grupo (2). É o período do advento do
Messias, Jesus de Nazaré (vv.25,26). Neste tempo o Senhor foi morto e mais
tarde Jerusalém foi novamente destruída através da liderança do general do
exército romano, Tito, em 70 d.C.
d)
O terceiro (3). Esta semana ainda não aconteceu
(v.27). Compare o versículo 27 de Daniel com Mateus 24.15 e veja como se trata
de uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última semana refere-se, então,
ao período que implicará o advento do Anticristo e o início do tempo de
tribulação para Israel.
2.
Os três príncipes são mencionados na profecia (vv.25,26). O primeiro príncipe é o Messias (v.25). O
segundo apareceu posteriormente e destruiu a cidade de Jerusalém e o santuário
em 70 d.C., trata-se do general Tito (v.26). E o terceiro príncipe surgirá no
futuro, na última semana profetizada por Daniel (v. 27). Este príncipe não é o
Messias “tirado” (9.26), mas certamente um personagem mais poderoso que Antíoco
Epifânio e o general Tito. Trata-se, portanto, do Anticristo (2Ts 2.3-9; 1Jo
2.18).
3.
O intervalo que precede a septuagésima semana (v.27). O estudo das Escrituras demonstra um longo
intervalo de tempo que precede a septuagésima semana. A Bíblia identifica este
intervalo profético como “o tempo dos gentios”. A comunhão espiritual entre
judeus e gentios, mediante a salvação em Cristo, formou um novo povo para Deus:
a Igreja (Ef 2.12-16; 1Pe 2.9,10). Atualmente, estamos no tempo da graça de
Deus e temos de anunciar o ano aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4.18,19).
Após o tempo
gentílico virá a última semana que, identificada pelas profecias bíblicas,
significa um tempo de Grande Tribulação. É neste tempo que o “assolador”, isto
é, o “anticristo” ou “o homem do pecado” ou “o homem da perdição”, virá sobre a
asa das abominações (v.27).
Os sinais que
precedem a revelação dessa figura abominável estão ocorrendo por toda parte.
Todavia, a Igreja de Cristo não mais estará neste mundo, pois a noiva do Senhor
será arrebatada antes do tempo da tribulação (1Co 15.51,52).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Na
Bíblia, o número setenta ganhou sentido profético, pois a partir desta visão
profética Deus revelou o futuro do seu povo a Daniel.
III. OS PROPÓSITOS DA SEPTUAGÉSIMA SEMANA (Dn 9.27)
1.
Revelar o “homem do pecado” (2Ts 2.3). De
acordo com as profecias, nem Antíoco Epifânio nem o general Tito foram objetos
das predições do versículo 27 de Daniel. A passagem bíblica começa com o
pronome “ele”, também identificado como “o rei de cara feroz”; “o chifre
pequeno”; “o animal terrível e espantoso”. Mas quem será o personagem do livro
de Daniel? Em o Novo Testamento, ele é identificado como “o anticristo” (1Jo
2.18; 4.3) e “a besta que saiu do mar” (Ap 13.1). Apesar de apresentada numa
linguagem simbólica, a personagem é literal. Trata-se de um líder mundial
poderoso que chamará a atenção das nações pela sua diplomacia, astúcia e
inteligência política.
2.
A Grande Tribulação (Mt 24.15,21). O
Anticristo “fará uma aliança com muitos por uma semana” (v.27). Note a
expressão “com muitos”! Esta quer dizer que o Anticristo fará uma aliança com
Israel, mas de início esta aliança não será unânime entre os judeus. Contudo, o
Anticristo terá influência suficiente para impor a sua liderança política e,
por fim, alcançar o sucesso e sua completa aceitação entre os judeus.
A força política do
Anticristo será reconhecida nos três primeiros anos e meio, isto é, na primeira
metade da última semana, quando a marca desse tempo será um período de falsa
paz e harmonia. Em seguida, surgirá um tempo de sofrimento e tamanha aflição em
todo o mundo. Perseguição, humilhação e morte serão a tônica desse tempo, a
segunda fase da Grande Tribulação. Entretanto, e antes de tudo isso ocorrer, a
Igreja será arrebatada e estará para sempre com Cristo na glória.
3.
Revelar a vitória gloriosa do Messias. Jesus
Cristo, o Messias prometido, será revelado quando da sua segunda vinda visível
sobre o Monte das Oliveiras (Zc 9.9,10). O Rei aniquilará por completo o
poderio do Anticristo, do falso profeta e do próprio Diabo (Ap 19.19-21) e
estabelecerá um reino de paz e harmonia no mundo todo. Esta é uma mensagem de
esperança para o nosso coração. Não tenhamos medo, creiamos tão somente! Breve
Jesus voltará! Alegremo-nos nesta esperança!
SINOPSE DO TÓPICO (III)
Os
propósitos da septuagésima semana são revelar ao povo de Deus o “homem do
pecado”, “a Grande Tribulação” e o tempo da vitória gloriosa do Messias.
CONCLUSÃO
Vivemos um tempo de
incredulidade. Muitos se dizem teólogos, mas negam e desprestigiam as profecias
bíblicas. Eles preferem as alegorias ao invés de se debruçarem sobre as
Escrituras e estudá-las com fé, graça e humildade. Entretanto, a Igreja não
pode rejeitar as verdades futuras de nosso Senhor. Portanto, corramos e
prossigamos em conhecê-lo mais, sabendo que um dia tudo será desvendado aos
nossos olhos.
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